terça-feira, 15 de março de 2011

EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

          Para se falar da Idade Média no seu aspecto educacional, há de se começar falando da figura de Jesus Cristo.
         Excelente educador, Jesus de Nazaré, apesar da perseguição romana, conseguiu influenciar toda a história que se seguiria a ele até nossos dias.
         Jesus não deixou nada de escrito, porém seus ensinamentos, através de seus seguidores, moveram numerosos grupos, que se reuniam em “catacumbas” para refletirem e repassarem seus ensinamentos. Os encontros nas catacumbas não eram uma opção, nem ao menos se tratava de lugares aprazíveis, eram os locais escolhidos para não serem perseguidos pelos romanos, que os caçavam, matavam e até mesmo os ofereciam a feras para mera diversão pública.
        Este ensino, oferecido de forma não sistematizada nas catacumbas deu origem as escolas dos catequistas, sendo a primeira destas escolas, um pouco mais sistematizada, surgiu na cidade de Alexandria, no ano de 179 d.C., com Panataneus, que era um filósofo grego convertido ao cristianismo.
       Em 312 d.C., o Imperador Constantino, ao converter-se ao cristianismo, libera o culto cristão e torna o cristianismo a religião oficial do Estado.
       No século IV, Santo Agostinho funda na África, em Hispona, uma escola episcopal, destinada a formação de bispos e sacerdotes. A educação cristã deste período era voltada para os aspectos religiosos e teológicos. Santo Agostinho acreditava que o aluno aprende melhor se possuir uma inclinação para o assunto e através da sua curiosidade.
      Com a decadência do Império Romano, no século V, dá-se início a Idade Média, que se estende até o século XV.
     Nesta época, os mosteiros e as catedrais se constituíram nos principais centros de cultura da Idade Média. Tanto nos mosteiros quanto nas catedrais e educação era predominantemente teológica. Nelas não havia a preocupação com a inquietação intelectual ou o desenvolvimento da criatividade. As principais atitudes estimuladas eram a obediência, o respeito, a hierarquia religiosa e a aceitação conformista diante dos ensinamentos religiosos. O que não era compreendido era tido como mistério divino.
     Fora dos mosteiros, a realidade educacional envolvia a guerra e a defesa das propriedades. Surge então a Cavalaria, uma escola/instituição de caráter militar, cujos membros eram submetidos a uma educação com valores básicos de obediência, fidelidade aos príncipes, coragem para enfrentar os inimigos e proteger os seus súditos, a honra entre os parceiros da cavalaria e a cortesia em relação às mulheres.
    A educação dos cavaleiros era ministrada nos palácios e compreendia um longo processo iniciado na infância e terminando aos 21 anos de idade. O ponto de partida dessa educação dava-se em família, onde os pais davam as primeiras instruções e quando a criança fazia sete anos era enviada a casa de um nobre onde aprendia as regras cerimoniais de boas maneiras. Aos 15 anos, tornava-se escudeiro, acompanhando os nobres em suas caçadas e atividades de guerreiros.
    Aos 21 anos, o jovem era armado cavaleiro, através de um rito de passagem que incluía a troca de vestes e uma missa solene.
    A educação do cavaleiro privilegiava o aspecto militar com esgrima, natação, equitação, aprimoramento físico e outras atividades bélicas, o aspecto intelectual era desprivilegiado, até mesmo no que tangia a noções elementares de escrita e leitura.
     Como consequência da centralização da educação nas mãos da Igreja por um lado e da cavalaria de outro, o primeiro período da Idade Média, foi marcado por grande declínio cultural, chegando a níveis assustadoramente baixos.
    Carlos Magno (771-814) surge dentro deste contexto histórico, dando um novo impulso ao campo educacional. Interessante assinalar que Carlos Magno, o poderoso Rei dos francos, até a idade adulta era analfabeto.
    Através dos conselhos do seu conselheiro Alcuíno, Carlos Magno incentivou a criação de escolas em diversas paróquias para instrução de crianças, ordenou que os nobres estimulassem atividades educacionais nos castelos e mosteiros. Para dar exemplo, criou no seu próprio castelo uma escola, que tinha Alcuino como professor e o próprio Carlos Magno participava das aulas, assim como os familiares e diversos nobres e os cavaleiros que se destacavam nas batalhas.
    Outro proeminente vulto da educação desta época, na Inglaterra, foi Alfredo, o Grande (849-901), sua proteção à educação exerceu influencia até na Alemanha, cujos imperadores da Dinastia dos Othons (936-1024) criaram um grande número de estabelecimentos de ensino.
     Por volta do século XII, surgem as primeiras universidades, que ao contrário do que o nome possa vir a sugerir, não pregava o ensino universal e sim a universalidade de alunos que vinham de diversos lugares para estudar ali.
     Tomás de Aquino (1226-1274) foi um grande filósofo que muito contribuiu para os conceitos educacionais. Segundo ele, concordando com Agostinho, o professor é como o agricultor, enquanto este cultiva as plantas, aquele cultiva a sabedoria.
     A partir do século IV, entra-se no período histórico chamado de Renascença. Na renascença o sentimento de liberdade e a preocupação com a pessoa humana dominavam o pensamento da época. A ascensão financeira dos comerciantes foi de extrema importância para a cultura. Eles financiavam a ajudavam a proteger as artes e a cultura. Os artistas da época expressavam suas ideias humanistas e de liberdade nas suas obras. O renascimento trouxe consigo invenções e descobertas que irão refletir diretamente na educação: entre elas os tipos móveis de Gutenberg, o telescópio de Copérnico com sua teoria heliocêntrica, as invenções de da Vinci entre outras.
     Foi um período marcado pela reação contra o acomodamento, conformismo e a negligência do espírito crítico. Abandonando a rotina da Idade Média, os mestres voltam-se para a Grécia e Roma Antiga.
    A educação humanista tem início e com ela uma nova visão sobre a formação da personalidade humana. Representava ainda uma oposição ao contexto monárquico. Especificamente, a pedagogia humanista caracteriza-se pela busca da formação completa do indivíduo, e oferecia em seus currículos escolares matérias literárias, científicas e até aulas de bons modos. 
     Na Alemanha deu-se início a educação escolar gratuita, para os pobres. Os castigos físicos foram praticamente abolidos, com o objetivo de alcançar o máximo aproveitamento pedagógico do educando, que seria guiado pela voz da sua consciência.
    Com criação dos “ginásios”, o ensino passou a ser gradual e dividido em etapas (séries). Havia uma preocupação com a formação do mestre, que deveria conhecer bem o que era ensinado aos alunos.

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